Então, o que acontece com os usuários do Power BI? Nada muda. Você pode pensar no Microsoft Fabric como uma atualização do Power BI que oferece ainda mais capacidades para cargas de trabalho mais perto da fonte. O Power BI Desktop continuará sendo atualizado mensalmente, incluindo recursos anunciados, como a integração do copilot para escrever consultas DAX ou ajudar na criação de relatórios no futuro próximo. O Power BI Serviço continuará recebendo atualizações para integrar as atualizações mensais, e suas licenças Pro, Premium e PPU continuarão funcionando exatamente como antes! Na verdade, o Microsoft Fabric foi construído em cima da plataforma Power BI Premium, ou seja, nada será perdido!

Como analista de negócios, eu cresci profissionalmente junto com as ferramentas de Self-Service Business Intelligence (SSBI) da Microsoft, especialmente o Power BI.

Quero dizer, sempre fui o cara das planilhas. Cresci com as fórmulas de matriz do Excel (aquelas com CTRL+SHIFT+ENTER), tabelas dinâmicas e, posteriormente, com a introdução da primeira onda de SSBI na forma de complementos do Excel: Power Pivot, Power Query e Power View… Você deve conhecer o resto da história: miguei para soluções no Power BI Desktop e depois para o Power BI Service.

A cada vez que você entrega uma solução de negócio complexa, surgem problemas mais desafiadores e precisamos nos aprofundar para resolvê-los. Agora, não basta apenas saber sobre visualização de dados; você precisa ter conhecimento em modelagem, DAX, esquema estrela, importação vs. Direct Query, ETL… Por outro lado, a cada atualização do Power BI, surgem maneiras mais simples e diretas de implementar soluções que até então eram feitas “à lá gambiarra”. Todos esses elementos o transformam em um analista de dados mais versátil, focado na parte de dados/ferramentas, afastando-se dos problemas de negócios originais que o levaram a se aprofundar e resolver seus problemas, porque há simplesmente muito a aprender.

“Quanto mais você sabe, mais percebe que nada sabe.”

Embora a linguagem M tenha sido meu primeiro “amor” no Power BI, ela também sempre foi o problema: era a única ferramenta disponível para mover e transformar dados por meio do Power Query. Quanto maior o modelo, mais tínhamos que nos aprofundar na linguagem M e em otimizações malucas, simplesmente porque, embora seja uma poderosa ferramenta de ETL, não é a melhor ferramenta para grandes quantidades de fontes de dados incompatíveis com query folding. Mesmo aproveitando o mecanismo de cálculo aprimorado dos Dataflows Gen1, não era suficiente… algo ainda estava errado.

Agora, com o Microsoft Fabric, recebemos a atualização que realmente precisávamos: novos itens (antes conhecidos como artefatos) com abordagens adequadas de ETL para fazer o trabalho na ferramenta mais apropriada (inclusive M). Aqui, por “apropriada”, quero dizer uma ferramenta da qual pode haver várias formas de atingir ao mesmo objetivo, e você tem a opção de usar aquelas com as quais a equipe está familiarizada. R, Python, T-SQL, Spark, você escolhe. Tudo orquestrado pelas incríveis Pipelines de Dados, e com a maneira adequada de divulgar a “fonte única da verdade” por meio de Lakehouses e/ou Warehouses adicionados por uma camada de datasets default o que você pode enriquecer com medidas DAX e usá-lo como fonte para um modelo composto para fornecer dados para os tomadores de decisão por meio de um Relatório do Power BI.

O Microsoft Fabric é o lugar onde o SSBI realmente encontra o BI corporativo, com ferramentas adequadas para lidar com cenários simples a altamente complexos em escala adequada. A simplicidade de um SaaS torna incrivelmente fácil criar itens poderosos de espaço de trabalho para vários cenários de ponta a ponta (os end-to-end scenarios: e2e) que ampliam o escopo das soluções do Power BI pré-Fabric.

 

Cenário e2e da ciência de dados:

 

Cenário e2e do Data Warehouse:

 

Cenário e2e do LakeHouse:

 

Cenário e2e da análise em tempo real:

Você percebeu uma coisa? O Power BI é o elemento comum em todos os cenários e2e. E ele vem com um novo recurso revolucionário chamado Direct Lake, que permite o consumo de dados atualizados diretamente do armazenamento compartilhado único para todas as cargas de trabalho.

A melhor parte é que cada mecanismo está sendo reconstruído (o Fabric ainda está em preview no momento em que este texto foi escrito) do zero para desacoplar armazenamento e processamento, para que todos sejam otimizados para gravar e ler o mesmo formato de arquivo otimizado para análise: delta parquet, eliminando a necessidade de copiar dados para o formato de arquivo específico do motor de cálculo escolhido para a tarefa específica. Tudo isso ancorado em um alicerce sólido chamado OneLake, que é o armazenamento lógico compartilhado para soluções do Fabric.

Tudo isso permite melhores integrações, retroalimentações e soluções de arquitetura infinitas para resolver uma das fraquezas do Power BI, que era mover a integração e a fonte única da verdade mais à montante, ou seja, mais próximo da origem do dado. Também aumenta nosso apetite por conhecimento nessas novas áreas. A curto prazo, o acesso a novos brinquedos (ferramentas) permitirá que sua equipe multidisciplinar de dados forneça soluções melhores e mais rápidas, simplesmente porque os itens do Fabric são projetados para integração profunda. Se você é mais um desenvolvedor individual, pode explorar as novidades no seu próprio ritmo, aproveitando os cenários de ponta a ponta e experimentando novos itens sem compromisso. No futuro próximo, também teremos o Copilot para nos ajudar nessa parte.

Tudo é bastante novo e precisamos de tempo para experimentar e propor novas arquiteturas para empresas menores com orçamentos menores. Possivelmente, a solução será uma combinação entre uma capacidade F menor e o Power BI Pro (para consumo relacionado ao Power BI). Isso ainda está sendo avaliado, mas me disseram que a capacidade F2, menor e mais acessível, é bastante poderosa e pode se encaixar muito bem nas cargas de trabalho e nos orçamentos de pequenas empresas.

Para empresas maiores que já podiam arcar com uma licença P1 (agora equivalente à F64), acredito que seja uma escolha óbvia migrar para o Fabric. Por um lado você experimentará menos duplicação de dados levando a uma menor necessidade de processamento, pois não haverá necessidade de atualizar conjuntos de dados, e ampliará o consumo devido ao aumento de escopo com novas cargas de trabalho. No entanto, o investimento para atualizar sua capacidade trará muito mais valor para o negócio.

Além dessas considerações de licenciamento importantíssimas, porém chatas, o Microsoft Fabric é indiscutivelmente um divisor de águas. Ele oferece uma plataforma única capaz de fornecer um SSBI lado a lado com o BI corporativo, reduzindo significativamente a energia necessária para arquitetar soluções verdadeiramente integradas, quebrando silos de dados para entregar valor ao negócio.